Trabalho (Monografia) apresentado ao Curso de Educação Física, da
Associação Brasileira de Ensino Universitário (UNIABEU), pelo Prof° Rafael Rodrigues como requisito para obter o título de Bacharel em Educação Física.
resumo
Segundo a OMS
(Organização Mundial de Saúde) “saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou
enfermidade”. O objetivo desse estudo é verificar em que medida a
prática do Kung-Fu contribui para a saúde de seus praticantes.
O presente
estudo se deu como forma de pesquisa de campo e revisão literária,
utilizando-se de observação e posteriormente um questionário fechado com
praticantes de Kung-Fu. Ao analisar os dados podemos perceber através da
percepção dos praticantes, que o Kung-Fu contribui para saúde dos mesmos de
diversas formas. Podemos concluir que o Kung-Fu pode contribuir para saúde de
seus praticantes à medida que os mesmos percebem que a prática proporciona uma
melhora substancial nos seguintes fatores: ética, disciplina, técnica, filosofia, prática, meditação e consequentemente
benefícios a saúde, e associam e aplicam esses conhecimentos no seu cotidiano.
Palavras Chave:
Atividades Físicas; Kung Fu; Saúde;
Introdução
O que é saúde? E por que se
preocupar com atividades que possam contribuir para fomentar e catalisar a
saúde?
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) “saúde é um estado
de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da
ausência de uma doença ou enfermidade”. Em outras palavras, saúde pode
ser definida como um estado de total equilíbrio uniforme do ser humano, como um
todo, das várias partes do conjunto que forma o todo que somos. O porquê de se
preocupar com atividades que possam contribuir para fomentar e catalisar esse
desenvolvimento, dentre vários outros fatores, se justifica principalmente
devido às necessidades sociais. Onde tanto a saúde física quanto mental está
envolvida. Visto que o conceito de saúde se relaciona inevitavelmente com
aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais.
Segundo
Oliveira (1994) “Os chineses parecem haver sido os primeiros a racionalizar o
movimento humano, emprestando-lhe, ainda, um forte conteúdo médico. Criaram,
provavelmente, o mais antigo sistema de ginástica terapêutica de que se tem
notícia: era o Kung-Fu (a arte do homem) - surgido por volta de 2700 a .C”.
Este trabalho procura
apresentar a verdadeira Arte do Kung-Fu, suas principais características, e
investigar seus conseqüentes benefícios, e contribuições para a promoção,
desenvolvimento e manutenção da saúde. E
explorar em que medida a pratica desta arte marcial/esportiva contribui para a
saúde de seus praticantes.
Parulski (1996)
relata “que ao contrário de qualquer outra arte marcial, o Kung-Fu é um sistema
integrado, levando em conta métodos físicos de combate, métodos de meditação,
práticas de cura e até mesmo filosofias éticas e morais. Em resumo, Kung-Fu é
um modo de vida.”
A
relevância deste estudo justifica-se devido, a luta em si, tanto interna quanto
externa provocar várias situações onde não temos o controle de nós mesmos,
mesmo que temporariamente. As Artes marciais nos permitem entrar em pleno
contato com nós mesmos, com nossos medos, reações e costumes. Pois em
treinamento enfrentamos a nós mesmos de uma forma diferente mais direta e
completa, permitindo-nos assim a nos conhecermos tanto quanto nossos limites e
potenciais tanto físicos como psicológicos, o que conseqüentemente causa um
certo desequilíbrio que a ser constatado, ou seja ao nos tornamos conscientes
desse desequilíbrio nos leva a buscar o
equilíbrio. Equilíbrio esse que se concretiza em uma constante busca por
melhoras, saúde e condições saudáveis, propícias a individualidade, aos gostos,
necessidades e singularidade de cada ser humano. Embora ocorra conflito de
forma global entre opostos: adversários, equilíbrio/desequilíbrio, prazer/ dor,
ocorre simultaneamente também cooperação, alternação e interdependência que
conseqüentemente mesmo sem ser percebido por todos gera uma certa harmonia que
proporciona a capacidade de seus praticantes associar suas práticas com a vida
e desenvolver uma postura distinta com relação a mesma. Que pode resultar no
caminho da suavidade para uns ou no da maleabilidade para outros, porém o que
realmente importa é percorrer o caminho de forma consciente e equilibrada,
trocando, evoluindo pois não é o caminho
mais sim a caminhada que é a maior recompensa de todas.
Idealiza-se que os praticantes de artes
marciais despertem o interesse pelos aspectos implícitos em suas artes, que vão
muito além da defesa pessoal a fim de melhorar sua compreensão e visão de mundo
a sua interação social, sáude e consequentemente qualidade de vida.
"As lutas são disputas em que o(s) oponente(s)
deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio,
contusões, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de
ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a
fim de punir atitudes de violência e de deslealdade. Podem ser citados exemplos
de lutas desde brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até práticas
mais complexas da capoeira, do judô e do caratê". (BRASIL, 1999 p. 70).
Metodologia
O
presente estudo se deu como forma de pesquisa de campo e revisão literária,
utilizando-se de observação e posteriormente um questionário fechado com
praticantes de Kung-Fu. A pesquisa foi desenvolvida com 40 alunos, de
diferentes academias situadas nos municípios de Nova Iguaçu: Saúde 2000,
Vitória, Colosso, Black Belt, Ferraz com idades entre 14 e 45 anos,
matriculados em academias e escolas de Kung fu do Rio de Janeiro. A entrevista
contou com questionário fechado com 12 perguntas, e os dados coletados foram
posteriormente analisados.
A História
das artes marciais
Até hoje o homem utiliza essa forma de
manifestação corporal, seja para a autodefesa ou para condicionamento físico.
“Desde o inicio dos tempos antes de conhecer as formas de expressão, como o
falar ou o escrever, o homem empregou a luta como expressão viva da sua espécie
para demonstrar os seus sentimentos primitivos.” (TORRES, 2001 pg. 25)
“A origem das Lutas,
e das Artes Marciais seguem por caminhos distintos. Na Grécia existia uma luta
conhecida como Pancrácio, luta essa que esteve presente nos primeiros jogos
olímpicos da antiguidade.” (Acevedo,
Gutierrez, Cheung. 2011, pg. 62)
Temos exemplos de filmes como Gladiador, que
naquela época utilizavam técnicas corporais de luta dois a dois, armas e
táticas de treinamento que chegavam a ser cruéis.
“As artes marciais
têm suas raízes na Índia, há mais de dois mil anos atrás, foram encontrados indícios de que
nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um
sistema de luta de guerreiros indianos.” (TORRES 1999, pg. 25).
Há relatos que
o Kung fu já existia na China há aproximadamente cinco mil anos. Durante nossas
pesquisas o que mais encontramos em comum foi que as artes marciais, estavam
principalmente ligadas a história oriental, tendo como principal foco um monge budista indiano chamado Bodhidharma.
“Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen, que
em viagem à China orientou os monges chineses na prática do yoga.” (Gama, 1997, pg. 87).
Segundo Acevedo, Gutierrez, Cheung. (2011, pg.
78) “diz à lenda que, ao penetrar no velho
mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges,
fruto de sua inatividade”. A
partir daí foram iniciados uma série de exercícios físicos, baseados na
respiração e yoga, que eram parecidos com técnicas de combate, a fim de
reabilitá-los de forma física ao mesmo tempo em que lhes transmitia os
fundamentos de uma nova filosofia.
Desde então a
arte marcial indiana caracterizou posteriormente a criação de estilos próprios
por monges shaolins. “Descobertas
arqueológicas também mostram guardas pessoais, na Mesopotâmia, praticando
técnicas de defesa e de imobilização de agressores.” (LEDWAB, STANDEFER 2004,
pg, 09). Comum a prática de artes marciais por diferentes motivos: como
condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer,
desenvolvimento de disciplina, participação em um grupo social e estruturação
de uma personalidade sadia, visto que a prática possibilita o extravasamento da
tensão que harmoniza o indivíduo, focalizando-o positivamente. Hoje encontramos uma gama de artes marciais.
Porém o que ainda diferencia essas artes é se são apenas técnicas de lutas ou
se há uma presença filosófica embasada em um passado histórico.
“No Brasil, não
houve uma incidência de imigração chinesa tão forte como nos Estados Unidos.
Predominou neste país a imigração de famílias japonesas, o que justifica uma
maior facilidade para encontrarmos escolas tradicionais de karatê ou judô do
que gongfu”. (ANDRAUS, 2010, p.54).
Historia do
Kung-fu
O Kung fu é uma manifestação cultural do povo chinês,
gerado através de um movimento cultural e político. Visto que os grandes
mestres e praticantes dessa arte sempre estavam envolvidos com as questões
políticas de suas épocas. Além da influência geográfica, o Kung Fu se
desenvolveu sob as características das religiões e filosofias mais marcantes da
sua cultura. Entre as principais estão o Budismo e o Taoísmo.
“As escolas
taoístas (internas) caracterizavam-se pelos movimentos lentos, pela respiração
profunda e pelo estudo das energias internas – exemplo: o Tai chi chuan. As
escolas budistas (externas) caracterizavam-se pelos movimentos rápidos e
agressivos e pela busca de praticidade e eficiência em situações de luta –
exemplo: o “SHAOLIN”. ”(NATALI, 1991, p.19).
Bodhidharma, foi um monge
indiano responsável pela criação do Budismo Cha’n, conhecido na Coréia como Sun
e no Japão como Zen. Na Índia o povo possui uma divisão por castas que. Sendo
filho do Rei Sughanda, Bodhidharma pertencia à casta dos kshastryias – que era
a casta guerreira.
Aprendeu o Vajramushti,
com Prajnatara, um guerreiro famoso por seus feitos militares e
por sua grande bravura.
“Com o decorrer dos treinamentos surgiram fortes laços de
amizade entre mestre e discípulo, e mesmo quando Prajnatara se converteu ao
Budismo, (nesse tempo transformado em religião e possuindo um conceito
filosófico antagônico ao Hinduísmo tradicional), Bodhidarma não o abandonou e
continuou a praticar o Vajramushti sob sua tutela até sua morte (por volta de
520 d.C.).” (NATALI, 1991, p.31).
Com a morte de Prajnatara,
Bodhidarma se tornou o vigésimo oitavo patriarca do Budismo. A convite do
Imperador chinês Liang Wu Ti, Bodhidarma foi à China com intenção de dar
prosseguimento à sua missão. Devido não concordar com o Imperador Bodhidarma,
precisou se refugiar no Templo Shaolin.
Mesmo havendo práticas
marciais no templo shaolin antes que Bodhidharma chega-se as mesmas não eram
praticadas por todos, sendo assim Bodhidharma começou a ensinar-lhes o
Vajramushti indiano para fortalecê-los e capacitá-los a suportar com mais
eficiência a meditação.
“Dada à severidade
das meditações, os monges Shaolin não resistiam e desmaiavam durante sua
prática. Considerando atentamente o estado débil e enfermiço dos monges que
limitavam suas práticas físicas aos asanas (posições) utilizados na meditação e
nos rituais, Bodhidarma começou a ensinar-lhes o Vajramushti indiano para
fortalece-los e capacitá-los a suportar com mais eficiência a meditação.” (NATALI,1991, p.35/37).
Logo a arte de Bodhidharma se fundiu com as do
templo e a essa nova arte, além de ter técnicas muito eficientes tinha também o
mais rico cabedal filosófico e espiritual. A essa união homogênea de corpo
mente e alma deu-se o nome de Kung Fu Shaolin. Mas tarde surgiram vários outros
estilos de Kung Fu das observações dos animais.
Segundo Machado,
(2002). “o verdadeiro Kung Fu implica o desenvolvimento de uma série de outras
habilidades, ligadas aos campos da filosofia, religião, poesia, meditação,
enfim, uma série de práticas e conhecimentos que somente com o decorrer de uma
vida podem ser adquiridos. “Daí que a imagem tradicional do verdadeiro Mestre
de Kung Fu não seja a do jovem, mas sim a do adulto ou do idoso, que já
acumularam muitas outras habilidades além da perícia em uma luta.”
Um dos objetivos do Kung Fu
é conscientizar seus praticantes que sua preocupação não deve ser torna-se mais
forte que os demais nem vencê-los, e sim se tornar mais forte diante de si
mesmo e vencer-se a si, ao invés de tentar vencer os outros. Sendo assim esta arte
milenar pode ajudar - nos a superar nossas fraquezas, limitações e
“deficiências”. Pois para obtermos conhecimento e progredir nesta arte
precisamos obter também autoconhecimento, isto implica também em conhecer
nossos medos, fraquezas, limitações e deficiências e tanto quanto nossos pontos
positivos.
O Kung Fu é realmente uma
Arte Marcial, uma manifestação cultural do povo chinês, sendo assim o mesmo não
recebe um desenvolvimento /tratamento exclusivamente técnico separado de seus
significados culturais. É trabalhado simultaneamente com sua historicidade e
filosofia sem separá-lo do movimento cultural e político que o desenvolveu e o
gerou. Sendo assim criado para orientar para o desenvolvimento integral,
justifica-se a sua relevância e presença onde quer que se tenha como meta o
desenvolvimento integral do ser humano.
Kung Fu significa
“tempo de habilidade”, trabalho árduo, genericamente, o termo "Kung
Fu" pode ser traduzido como "tempo e esforço desprendido em uma
atividade" ou "grau de perfeição alcançado em qualquer área de
atuação" ou, ainda, "conhecimento profundo de um assunto". Sendo
assim, um escritor que se dedica com afinco a sua obra também pratica Kung Fu.
O termo que se refere às artes marciais chinesas é wushu. (MACHADO, 2002)
As Lutas naS academiaS
Entende-se por academia,
“escola onde se ministra o ensino de práticas desportivas ou lúdicas, prendas,
etc.: academia de judô, de dança, de corte e costura” (Aurélio 1999). Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
“De um modo geral,
academias são estabelecimentos de ensino livres, ou seja, não integrantes do
sistema de ensino e, portanto, não subordinadas à legislação educacional. Neste
sentido, equiparam-se às escolas de idiomas, de informática e de futebol, aos
cursos preparatórios (concursos, vestibulares, proficiência, culinária, etc.) e
de qualificação profissional, às “aulas” (de violão, de caixas de presente, de
ovos de páscoa”. (BRASIL, 1999),
As academias são empresas de prestação de serviço, ou
seja, estão tem que ser cadastrada no Ministério da Fazenda, matriculada no
INSS e inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas. “O funcionamento pode ser de acordo com as posturas
municipais, ou da forma que o proprietário estabelecer desde que não haja
prejuízo para os seus clientes (alunos).“ (BRASIL, 1990). Não menos importante,
a Lei nº. 9.696, de 1998. “Que regulamenta o exercício da profissão de
professor de educação física, e a obrigação de se ter profissional formado
atuando no estabelecimento.” (BRASIL, 1998).
O Conselho Federal de Educação Física exige que as
academias e seus instrutores sejam obrigados a ter registro nos conselhos
regionais da entidade (CREF). A lei estabelece a posse do documento de
identificação emitido pelo órgão responsável, nesse caso CREF (Conselho
Regional de Educação Física). Entre tantas academias nos interessam,
especialmente, as academias que ofereçam artes marciais, academias de artes
marciais são escolas onde se ensina a lutar, apesar de não se enquadrarem em
nenhuma das legislações de ensino ou desportivas não quer dizer que não tenha
algum tipo de controle especifico da área de lutas. Há regras nacionais e
internacionais estabelecidas para cada um dos tipos de lutas, há federações e
confederações que utilizam sistemas de graduação para seus alunos. Infelizmente
não vemos um padrão de ensino, facilmente vemos atos de violência, vindas de
praticantes de artes marciais, é de total responsabilidade da academia e
principalmente dos instrutores pela formação desses alunos.
“Os serviços colocados no mercado não podem
acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados
normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, devendo os
fornecedores, em qualquer hipótese, dar as informações necessárias e adequadas
a seu respeito” (BRASIL 1990).
Pois a pratica de artes marciais facilmente pode levar
seus praticantes sentirem-se auto confiantes, uma auto confiança que nas mãos
de um aluno que não tenha sido feito um trabalho de base, de conscientização,
mostrando o verdadeiro significado das lutas deve ser usada como uma arma de
defesa pessoal, de autocontrole.
“Entre
todos os fatores que contribuem para aumentar a violência, a massificação das
lutas marciais no Brasil tornou-se um dado preocupante. As artes marciais
deveriam chegar aqui como uma filosofia oriental. Foram reduzidas a uma técnica
utilitária. (...) Na zona oeste do Rio existem cinco academias de artes
marciais legalizadas. Mas há cerca de 300 clandestinas. Funcionam em fundo de
quintal, com um simples tatame e um quimono para o instrutor. O que era uma
filosofia de vida vai se transformando, nessa longa e selvagem cadeia de
transmissão, numa arma perigosa, com formas orientais e o recheio competitivo
do Ocidente” (GABEIRA, 1999).
Benefícios com
a prática do Kung Fu
Falar dos
benefícios da saúde que o Kung fu proporciona para os seus praticantes devemos
saber o que é saúde?
Saúde
não é só a ausência de doenças, mas a falta de atividade física também ocasiona
má saúde. Podemos observar que quem não se exercita tem uma grande
possibilidade de ter um problema de pressão alta e outros malefícios. “A
ausência de saúde e a morte, representada no lado direito. Para a maioria das
pessoas, antes da morte vem a doença, a qual é precedida por um período
sustentado de comportamentos de alto risco.” (Guiselini,
2006 pg.
156).
A saúde é um
bem-estar que ajuda no equilíbrio do organismo, sendo assim, os órgãos
trabalham saudavelmente com manutenção
diária de exercício físico, buscando em cada 30 min de seu dia para fazer essa
manutenção, com os exercícios adquirem-se uma aptidão física de condicionamento
dos órgãos ( coração, pulmão, rins e os outros.E a onde podemos melhorar a
aptidão física, e primeiro encontrar em nós, uma atividade que proporciona
prazer, lazer e o gostar. Os benefícios resultantes da prática do
Kung Fu são voltados ao crescimento pessoal e mental do praticante.
“Existem pelo menos
seis teorias diferentes que incluem um sentimento de controle e confiança
maiores, interação social, interrupção do estresse regular da vida alterações
químicas e estruturais do cérebro... Dependendo do individuo, todos esses
fatores em graus variáveis podem contribuir para melhorar a saúde mental das
pessoas.” NIEMAM, (1999, pg. 259).
Em suma, pode-se dizer que o Kung Fu é ótimo
para o bem do corpo e equilíbrio da mente, já que em paralelo às práticas das
técnicas, o aluno é incentivado a conhecer a cultura filosófica que suporta
esta arte marcial milenar e percussora
das demais. “Lutas funcionam como
uma atividade anti-estresse, uma verdadeira terapia ocupacional.” (MINICK,
1975, pg. 96)
As artes marciais traduzem o
melhoramento a atenção e o senso de percepção, auxilia a ampliar o senso de
espaço e direção, melhora o equilíbrio, ajuda no fortalecimento do corpo, na
coordenação motora, proporciona o auto-conhecimento, ajuda nos dificuldades
demonstrando que nada é impossível, estimula a autoconfiança, auxilia no
melhoramento do equilíbrio emocional e não incentiva a violência.
Inúmeros são os relatos de
pessoas que após iniciarem sua prática no Kung Fu sentiram-se melhor, com mais
energia e disposição. “Os maiores benefícios para a saúde a partir de um
aumento de atividade parecem ocorrer quando as pessoas muito sedentárias
iniciam um programa de atividade de resistência de intensidade moderada.” (WEINECK,
2003). Depois de algum tempo praticando algum tipo de modalidade descobrem que
tiveram suas taxas de colesterol ou triglicérides reduzidas. “A pratica de
atividade física frequentemente e intensa demonstrou diminuir os níveis de
triglicerídeos e o aumento dos níveis de HDL-colesterol (bom).” NIEMAM, (1999,
pg. 187). Os seus praticantes não sentem mais preguiça para fazer o que é
necessário e nem cansam mais tão facilmente para subir um pequeno lance de
escada. “A falta de atividade destrói a boa condição do ser humano, enquanto o
movimento e o exercício físico metódico o salva e o preserva.” (NIEMAM, 1999, pg.21).
E estamos falando aqui de alguns poucos benefícios que a prática dessa arte marcial pode trazer à saúde de seus praticantes. Isso ocorre porque o Kung Fu como arte marcial tradicional chinesa preza principalmente pela qualidade de vida do aluno. É claro que faz parte do treinamento o desenvolvimento de técnicas de defesa pessoal, chutes, alongamento e desenvolvimento da energia vital. E entre os benefícios sentidos no dia a dia está o aumento do bem estar geral, do tônus muscular e da tranqüilidade mental do indivíduo. “quase todos os estudos e comparações por amostragem de pessoa fisicamente ativas e inativas demonstram que o que o exercício físico esta relacionado com uma boa saúde mental.” NIEMAM (1999, pg. 250).
E estamos falando aqui de alguns poucos benefícios que a prática dessa arte marcial pode trazer à saúde de seus praticantes. Isso ocorre porque o Kung Fu como arte marcial tradicional chinesa preza principalmente pela qualidade de vida do aluno. É claro que faz parte do treinamento o desenvolvimento de técnicas de defesa pessoal, chutes, alongamento e desenvolvimento da energia vital. E entre os benefícios sentidos no dia a dia está o aumento do bem estar geral, do tônus muscular e da tranqüilidade mental do indivíduo. “quase todos os estudos e comparações por amostragem de pessoa fisicamente ativas e inativas demonstram que o que o exercício físico esta relacionado com uma boa saúde mental.” NIEMAM (1999, pg. 250).
A prática constante
do Kung Fu numa escola bem estruturada pode ser feita por qualquer pessoa, não
importando o sexo, a idade ou o nível de condicionamento físico do aluno
iniciante. As aulas podem ser adaptadas para qualquer um praticar Kung Fu, só
depende da boa vontade e experiência do professor.
APRESENTAÇÃO
E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS
Através
dos questionários aplicados, chegou-se aos seguintes resultados da guia
investigativa:
Dos
40 praticantes questionados, 20 (vinte) (50%) afirmaram praticar o Kung-Fu
entre 1 e 2 anos. 12 (doze) (30%) afirmaram praticar o Kung-Fu entre 3 e 5
anos. Já 8 (oito) (20%) afirmaram
praticar o Kung-Fu mais de 10 anos. 40 (quarenta) (100%) afirmaram ter freqüentemente o Kung-fu como uma atividade que
gostam de fazer regularmente, e que lhes proporcionam prazer, sem se sentir
obrigado (a) a fazê-la. Afirmaram também que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente
melhoras na sua saúde de forma global(corpo,mente, psicológico). 32
(trinta e dois) participantes (80%) afirmaram que depois
da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente
mais energia e disposição para atividades do cotidiano. 8 (oito) (20%) afirmaram
que depois da pratica do Kung-Fu sentem algumas vezes com
mais energia e disposição para atividades do cotidiano. 36 (trinta e
seis) (90%) afirmaram sentir-se algumas vezes. nervosos (as), tensos (as) ou agitados (as). 4
(quatro) (10%) afirmaram sentir-se
raramente ou
nunca nervosos (as),
tensos (as) ou agitados (as). 38 (trinta e oito) (95%) afirmaram ter raramente ou nunca
dificuldades em se concentrar em qualquer atividade do cotidiano. 2 (dois) (5%)
afirmaram ter algumas vezes dificuldades em se concentrar em qualquer atividade
do cotidiano. 30 (trinta) (75%) afirmaram sentir-se stressados (as) raramente ou nunca. 8
(oito) (20%) afirmaram sentir-se stressados algumas vezes. 2 (dois) (5%) afirmaram sentir-se stressados
(as) freqüentemente. 36 (90%) afirmaram raramente ou nunca encontrar dificuldade de pensar
com clareza. E 4 (quatro) (10%) afirmaram
que algumas vezes sentem dificuldade
de pensar com clareza. 28 (vinte e oito) (70%) relataram ter raramente ou nunca dificuldades
para tomar decisões. 12 (doze) (30%) relataram ter algumas vezes dificuldades para tomar decisões.
36 (trinta e seis) (90%)
relataram raramente ou nunca se cansam com facilidade. E 4 (10%) relataram que algumas
vezes se cansam com
facilidade. 40 (quarenta) (100%) afirmaram praticar com o Kung-Fu com objetivos relacionados a todos
esses itens (Sáude, defesa pessoal e lazer, opção D do questionário).
Ao
analisar os dados podemos perceber através da percepção dos praticantes, que o
Kung-Fu contribui para saúde dos mesmos de diversas formas: proporcionado-lhes
prazer em se dedicar a sua prática visto que
40 (100%) afirmaram ter freqüentemente o
Kung-fu como uma atividade que gostam de fazer regularmente, e que lhes
proporcionam prazer, sem se sentir obrigado (a) a fazê-la. Afirmaram
também que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente
melhoras na sua saúde de forma global(corpo,mente, psicológico). Afirmaram que
o Kung-Fu lhes proporciona mais energia e
disposição para atividades do cotidiano, pois 32 (trinta e dois) participantes
(80%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente mais energia e disposição para
atividades do cotidiano. E 8 (oito) (20%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem algumas vezes mais energia e disposição para
atividades do cotidiano. 36 (trinta
e seis) (90%) relataram raramente ou
nunca se cansam com facilidade. 4
(quatro) (10%) relataram que algumas vezes se cansam com facilidade. Ao comparar as respostas dos alunos com a
literatura observamos que Niemam (1992, pg. 21) coloca que “a falta de
atividade destrói a boa condição do ser humano, enquanto o movimento e o
exercício físico metódico o salva e o preserva”.
No que diz respeito a sentir-se stressados,
perceberam a atuação anti-estresse,
da
prática do Kung-Fu, pois 30 (trinta)
(75%) afirmaram sentir-se stressados
(as) raramente ou nunca E 8 (oito) (20%) afirmaram sentir-se stressados algumas vezes. 2 (dois)
(5%) afirmaram sentir-se stressados (as) freqüentemente. Ao comparar as respostas
dos alunos com a literatura observamos que Minick, (1975, pg. 96) afirma que as
“Lutas funcionam como uma atividade
anti-stresse, ou seja, uma verdadeira terapia ocupacional.”
Enquanto
a encontrar dificuldade de pensar com
clareza perceberam a contribuição da prática do Kung-Fu também nesse ponto, onde
36 (trinta e seis) (90%) afirmaram
raramente ou nunca encontrar dificuldade de pensar com clareza. E 4 (quatro)
(10%) afirmaram que algumas vezes sentem dificuldade de pensar com clareza. No que diz respeito a ter dificuldades para tomar decisões 28 (vinte e oito) (70%) relataram ter
raramente ou nunca dificuldades para tomar decisões. E 12 (doze) (30%) (trinta)
relataram ter algumas vezes dificuldades
para tomar decisões. Ao comparar as respostas dos alunos com a literatura
observamos que Niemam (1999 pg. 25) coloca que “quase todos os estudos e
comparações por amostragem de pessoa fisicamente ativas e inativas demonstram
que o exercício físico esta relacionado com uma boa saúde mental.” NIEMAM (1999,
pg. 250).
CONCLUSÕES
E RECOMENDAÇÕES
A princípio as Artes
Marciais se desenvolveram, historicamente, com o objetivo de proteção de si e
de outros, e do próprio país, porém tiveram que acompanhar as mudanças da
sociedade, consequentemente transformando-se em estradas/filosofias de vida onde
a saúde em seu mais completo sentido sempre esteve presente, visto que a
própria medicina chinesa e os ensinamentos de Yoga eram transmitidos pelos
mestres de Kung-Fu.
Vislumbra-se que a
prática do Kung-Fu contribui para saúde de seus praticantes devido a sua
filosofia, ensinamentos e princípios serem aplicáveis no cotidiano. Sendo assim
podemos concluir que o Kung-Fu pode contribuir para saúde de seus praticantes na
medida em que os mesmos percebem que a prática proporciona uma melhora
substancial nos seguintes fatores: ética, disciplina, técnica, filosofia, prática, meditação
e consequentemente benefícios a saúde, e associam e aplicam esses conhecimentos
no seu cotidiano.
Espera-se que este
estudo venha servir, de inspiração a novas
pesquisas, pois há pouquíssimo conteúdo, relacionado à prática do Kung-Fu e às
práticas marciais, e suas respectivas contribuições para saúde.
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M. A Sabedoria do Kung Fu. Rio
de Janeiro: Editora Arte Nova, 1975.
NATALI,
Marcos. O Espírito Marcial. São Paulo. Editora Tecnoprint, 1991.
NIEMAM, David C. Exercício e
saúde. 1º Edição. São Paulo. Editora: Manole, 1999.
Oliveira, Vitor O que é Educação
Física 1º Edição. São Paulo. Editora: Manole, 1994.
PARULSKI,
Jr. George R. Os Segredos do Kung Fu. Tradução de Rosane Maria Pinho. Rio de
Janeiro: Editora: Record, 1996.
TORRES, Jose Augusto Maciel, KUNG-FU: A Milenar arte
marcial Chinesa. Editora: On Line. 2001
ANEXOS
ANEXO I
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO
DE IMAGEM E VOZ
Eu
_____________________________________, portador da Carteira de Identidade n°
_______________________ e do CPF n ° _______________________, autorizo o uso de
minha imagem, voz e conteúdo de entrevista pelos alunos(as)
________________________________________________e _________________________________________________
regularmente matriculados(as) no Curso de Educação Física da UNIABEU para o
Trabalho de Conclusão de Curso, disciplina ministrada pela Profa. Dra. Leda
Costa no segundo bimestre do ano letivo de 2011, com o intuito de contribuir
para a discussão de temas relevantes para a formação do profissional de
Educação Física, no âmbito exclusivo da sala de aula.
Por
esta ser a expressão de minha vontade, declaro que autorizo o uso acima
descrito a título gratuito sem que nada haja a ser reclamado e assino a
presente autorização.
__________________________________________
Nome
do cedente por extenso
__________________________________________
Assinatura
do cedente
_________________,
____ de __________ de 2011.
ANEXO
II
QUESTIONÁRIO APLICADO EM PRATICANTES DE KUNG-FU
Nome:
Idade:
1 - Há quanto tempo pratica Kung-Fu?
a)
Entre
1 e 2 anos
b)
Entre
3 e 5 anos
c)
Entre
8 e 10 anos
d)
A
mais de 10 anos
2- Tem o Kung-fu como uma atividade que gosta de fazer
regularmente, e que lhe proporciona prazer, sem
se sentir obrigado (a) a fazê-la?
a)
Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c) Raramente ou Nunca
3 - Depois da pratica do
Kung-fu sente melhoras na sua saúde de forma global (corpo,mente, psicológico)?
a) Freqüentemente
b) Algumas Vezes.
c) Raramente
ou Nunca
4 - Sente mais energia e
disposição para atividades do cotidiano?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c) Raramente ou Nunca
5 - Sente-se nervoso (a), tenso (a) ou agitado (a)?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
6 - Tem dificuldade
em se concentrar em qualquer atividade do cotidiano?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
7 - Sente-se stressado
(a) ?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
8 - Tem dificuldade
de pensar com clareza?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c) Raramente ou Nunca
9 - Encontra
dificuldade para realizar com satisfação suas atividades diárias?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
10 - Tem
dificuldade para tomar decisões?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
11 - Você se cansa
com facilidade?
a) Freqüentemente
b)
Algumas Vezes.
c)
Raramente ou Nunca
12 - Pratica com o Kung-Fu
com objetivos relacionados?
a)
A saúde
b)
A defesa pessoal
c)
Ao lazer
d)
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