sexta-feira, 8 de março de 2013



Trabalho (Monografia) apresentado  ao Curso de Educação Física, da Associação Brasileira de Ensino Universitário (UNIABEU), pelo Prof° Rafael Rodrigues como requisito para obter o título de Bacharel em Educação Física.

resumo
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. O objetivo desse estudo é verificar em que medida a prática do Kung-Fu contribui para a saúde de seus praticantes.
O presente estudo se deu como forma de pesquisa de campo e revisão literária, utilizando-se de observação e posteriormente um questionário fechado com praticantes de Kung-Fu. Ao analisar os dados podemos perceber através da percepção dos praticantes, que o Kung-Fu contribui para saúde dos mesmos de diversas formas. Podemos concluir que o Kung-Fu pode contribuir para saúde de seus praticantes à medida que os mesmos percebem que a prática proporciona uma melhora substancial nos seguintes fatores: ética, disciplina, técnica, filosofia, prática, meditação e consequentemente benefícios a saúde, e associam e aplicam esses conhecimentos no seu cotidiano.
Palavras Chave: Atividades Físicas; Kung Fu; Saúde;

Introdução
O que é saúde? E por que se preocupar com atividades que possam contribuir para fomentar e catalisar a saúde?
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. Em outras palavras, saúde pode ser definida como um estado de total equilíbrio uniforme do ser humano, como um todo, das várias partes do conjunto que forma o todo que somos. O porquê de se preocupar com atividades que possam contribuir para fomentar e catalisar esse desenvolvimento, dentre vários outros fatores, se justifica principalmente devido às necessidades sociais. Onde tanto a saúde física quanto mental está envolvida. Visto que o conceito de saúde se relaciona inevitavelmente com aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais.
Segundo Oliveira (1994) “Os chineses parecem haver sido os primeiros a racionalizar o movimento humano, emprestando-lhe, ainda, um forte conteúdo médico. Criaram, provavelmente, o mais antigo sistema de ginástica terapêutica de que se tem notícia: era o Kung-Fu (a arte do homem) - surgido por volta de 2700 a.C”.
Este trabalho procura apresentar a verdadeira Arte do Kung-Fu, suas principais características, e investigar seus conseqüentes benefícios, e contribuições para a promoção, desenvolvimento e manutenção da saúde. E explorar em que medida a pratica desta arte marcial/esportiva contribui para a saúde de seus praticantes.
Parulski (1996) relata “que ao contrário de qualquer outra arte marcial, o Kung-Fu é um sistema integrado, levando em conta métodos físicos de combate, métodos de meditação, práticas de cura e até mesmo filosofias éticas e morais. Em resumo, Kung-Fu é um modo de vida.”

         A relevância deste estudo justifica-se devido, a luta em si, tanto interna quanto externa provocar várias situações onde não temos o controle de nós mesmos, mesmo que temporariamente. As Artes marciais nos permitem entrar em pleno contato com nós mesmos, com nossos medos, reações e costumes. Pois em treinamento enfrentamos a nós mesmos de uma forma diferente mais direta e completa, permitindo-nos assim a nos conhecermos tanto quanto nossos limites e potenciais tanto físicos como psicológicos, o que conseqüentemente causa um certo desequilíbrio que a ser constatado, ou seja ao nos tornamos conscientes desse  desequilíbrio nos leva a buscar o equilíbrio. Equilíbrio esse que se concretiza em uma constante busca por melhoras, saúde e condições saudáveis, propícias a individualidade, aos gostos, necessidades e singularidade de cada ser humano. Embora ocorra conflito de forma global entre opostos: adversários, equilíbrio/desequilíbrio, prazer/ dor, ocorre simultaneamente também cooperação, alternação e interdependência que conseqüentemente mesmo sem ser percebido por todos gera uma certa harmonia que proporciona a capacidade de seus praticantes associar suas práticas com a vida e desenvolver uma postura distinta com relação a mesma. Que pode resultar no caminho da suavidade para uns ou no da maleabilidade para outros, porém o que realmente importa é percorrer o caminho de forma consciente e equilibrada, trocando, evoluindo pois não é  o caminho mais sim a caminhada que é a maior recompensa de todas.
       Idealiza-se que os praticantes de artes marciais despertem o interesse pelos aspectos implícitos em suas artes, que vão muito além da defesa pessoal a fim de melhorar sua compreensão e visão de mundo a sua interação social, sáude e consequentemente qualidade de vida.
"As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusões, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade. Podem ser citados exemplos de lutas desde brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê". (BRASIL, 1999 p. 70).
      
Metodologia        
            O presente estudo se deu como forma de pesquisa de campo e revisão literária, utilizando-se de observação e posteriormente um questionário fechado com praticantes de Kung-Fu. A pesquisa foi desenvolvida com 40 alunos, de diferentes academias situadas nos municípios de Nova Iguaçu: Saúde 2000, Vitória, Colosso, Black Belt, Ferraz com idades entre 14 e 45 anos, matriculados em academias e escolas de Kung fu do Rio de Janeiro. A entrevista contou com questionário fechado com 12 perguntas, e os dados coletados foram posteriormente analisados.                                                                                                    

A História das artes marciais

Até hoje o homem utiliza essa forma de manifestação corporal, seja para a autodefesa ou para condicionamento físico. “Desde o inicio dos tempos antes de conhecer as formas de expressão, como o falar ou o escrever, o homem empregou a luta como expressão viva da sua espécie para demonstrar os seus sentimentos primitivos.” (TORRES, 2001 pg. 25)
“A origem das Lutas, e das Artes Marciais seguem por caminhos distintos. Na Grécia existia uma luta conhecida como Pancrácio, luta essa que esteve presente nos primeiros jogos olímpicos da antiguidade.” (Acevedo, Gutierrez, Cheung. 2011, pg. 62)

 Temos exemplos de filmes como Gladiador, que naquela época utilizavam técnicas corporais de luta dois a dois, armas e táticas de treinamento que chegavam a ser cruéis.
“As artes marciais têm suas raízes na Índia, há mais de dois mil anos atrás, foram encontrados indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos.” (TORRES 1999, pg. 25).  

Há relatos que o Kung fu já existia na China há aproximadamente cinco mil anos. Durante nossas pesquisas o que mais encontramos em comum foi que as artes marciais, estavam principalmente ligadas a história oriental, tendo como principal foco um monge budista indiano chamado Bodhidharma. “Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen, que em viagem à China orientou os monges chineses na prática do yoga.” (Gama, 1997, pg. 87).
 Segundo Acevedo, Gutierrez, Cheung. (2011, pg. 78) “diz à lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade”. A partir daí foram iniciados uma série de exercícios físicos, baseados na respiração e yoga, que eram parecidos com técnicas de combate, a fim de reabilitá-los de forma física ao mesmo tempo em que lhes transmitia os fundamentos de uma nova filosofia.  
Desde então a arte marcial indiana caracterizou posteriormente a criação de estilos próprios por monges shaolins. “Descobertas arqueológicas também mostram guardas pessoais, na Mesopotâmia, praticando técnicas de defesa e de imobilização de agressores.” (LEDWAB, STANDEFER 2004, pg, 09). Comum a prática de artes marciais por diferentes motivos: como condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer, desenvolvimento de disciplina, participação em um grupo social e estruturação de uma personalidade sadia, visto que a prática possibilita o extravasamento da tensão que harmoniza o indivíduo, focalizando-o positivamente.  Hoje encontramos uma gama de artes marciais. Porém o que ainda diferencia essas artes é se são apenas técnicas de lutas ou se há uma presença filosófica embasada em um passado histórico.
“No Brasil, não houve uma incidência de imigração chinesa tão forte como nos Estados Unidos. Predominou neste país a imigração de famílias japonesas, o que justifica uma maior facilidade para encontrarmos escolas tradicionais de karatê ou judô do que gongfu”. (ANDRAUS, 2010, p.54).

Historia do Kung-fu
O Kung fu é uma manifestação cultural do povo chinês, gerado através de um movimento cultural e político. Visto que os grandes mestres e praticantes dessa arte sempre estavam envolvidos com as questões políticas de suas épocas. Além da influência geográfica, o Kung Fu se desenvolveu sob as características das religiões e filosofias mais marcantes da sua cultura. Entre as principais estão o Budismo e o Taoísmo.
“As escolas taoístas (internas) caracterizavam-se pelos movimentos lentos, pela respiração profunda e pelo estudo das energias internas – exemplo: o Tai chi chuan. As escolas budistas (externas) caracterizavam-se pelos movimentos rápidos e agressivos e pela busca de praticidade e eficiência em situações de luta – exemplo: o “SHAOLIN”. ”(NATALI, 1991, p.19).

Bodhidharma, foi um monge indiano responsável pela criação do Budismo Cha’n, conhecido na Coréia como Sun e no Japão como Zen. Na Índia o povo possui uma divisão por castas que. Sendo filho do Rei Sughanda, Bodhidharma pertencia à casta dos kshastryias – que era a casta guerreira.
Aprendeu o   Vajramushti, com Prajnatara, um  guerreiro famoso por seus feitos militares e por sua grande bravura.

“Com o decorrer dos treinamentos surgiram fortes laços de amizade entre mestre e discípulo, e mesmo quando Prajnatara se converteu ao Budismo, (nesse tempo transformado em religião e possuindo um conceito filosófico antagônico ao Hinduísmo tradicional), Bodhidarma não o abandonou e continuou a praticar o Vajramushti sob sua tutela até sua morte (por volta de 520 d.C.).” (NATALI, 1991, p.31). 

Com a morte de Prajnatara, Bodhidarma se tornou o vigésimo oitavo patriarca do Budismo. A convite do Imperador chinês Liang Wu Ti, Bodhidarma foi à China com intenção de dar prosseguimento à sua missão. Devido não concordar com o Imperador Bodhidarma, precisou se refugiar no Templo Shaolin.
Mesmo havendo práticas marciais no templo shaolin antes que Bodhidharma chega-se as mesmas não eram praticadas por todos, sendo assim Bodhidharma começou a ensinar-lhes o Vajramushti indiano para fortalecê-los e capacitá-los a suportar com mais eficiência a meditação.

“Dada à severidade das meditações, os monges Shaolin não resistiam e desmaiavam durante sua prática. Considerando atentamente o estado débil e enfermiço dos monges que limitavam suas práticas físicas aos asanas (posições) utilizados na meditação e nos rituais, Bodhidarma começou a ensinar-lhes o Vajramushti indiano para fortalece-los e capacitá-los a suportar com mais eficiência a meditação.” (NATALI,1991, p.35/37).

 Logo a arte de Bodhidharma se fundiu com as do templo e a essa nova arte, além de ter técnicas muito eficientes tinha também o mais rico cabedal filosófico e espiritual. A essa união homogênea de corpo mente e alma deu-se o nome de Kung Fu Shaolin. Mas tarde surgiram vários outros estilos de Kung Fu das observações dos animais.
 Segundo Machado, (2002). “o verdadeiro Kung Fu implica o desenvolvimento de uma série de outras habilidades, ligadas aos campos da filosofia, religião, poesia, meditação, enfim, uma série de práticas e conhecimentos que somente com o decorrer de uma vida podem ser adquiridos. “Daí que a imagem tradicional do verdadeiro Mestre de Kung Fu não seja a do jovem, mas sim a do adulto ou do idoso, que já acumularam muitas outras habilidades além da perícia em uma luta.”

Um dos objetivos do Kung Fu é conscientizar seus praticantes que sua preocupação não deve ser torna-se mais forte que os demais nem vencê-los, e sim se tornar mais forte diante de si mesmo e vencer-se a si, ao invés de tentar vencer os outros. Sendo assim esta arte milenar pode ajudar - nos a superar nossas fraquezas, limitações e “deficiências”. Pois para obtermos conhecimento e progredir nesta arte precisamos obter também autoconhecimento, isto implica também em conhecer nossos medos, fraquezas, limitações e deficiências e tanto quanto nossos pontos positivos.
O Kung Fu é realmente uma Arte Marcial, uma manifestação cultural do povo chinês, sendo assim o mesmo não recebe um desenvolvimento /tratamento exclusivamente técnico separado de seus significados culturais. É trabalhado simultaneamente com sua historicidade e filosofia sem separá-lo do movimento cultural e político que o desenvolveu e o gerou. Sendo assim criado para orientar para o desenvolvimento integral, justifica-se a sua relevância e presença onde quer que se tenha como meta o desenvolvimento integral do ser humano.
Kung Fu significa “tempo de habilidade”, trabalho árduo, genericamente, o termo "Kung Fu" pode ser traduzido como "tempo e esforço desprendido em uma atividade" ou "grau de perfeição alcançado em qualquer área de atuação" ou, ainda, "conhecimento profundo de um assunto". Sendo assim, um escritor que se dedica com afinco a sua obra também pratica Kung Fu. O termo que se refere às artes marciais chinesas é wushu. (MACHADO, 2002)


As Lutas naS academiaS
Entende-se por academia, “escola onde se ministra o ensino de práticas desportivas ou lúdicas, prendas, etc.: academia de judô, de dança, de corte e costura” (Aurélio 1999). Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

“De um modo geral, academias são estabelecimentos de ensino livres, ou seja, não integrantes do sistema de ensino e, portanto, não subordinadas à legislação educacional. Neste sentido, equiparam-se às escolas de idiomas, de informática e de futebol, aos cursos preparatórios (concursos, vestibulares, proficiência, culinária, etc.) e de qualificação profissional, às “aulas” (de violão, de caixas de presente, de ovos de páscoa”. (BRASIL, 1999),

As academias são empresas de prestação de serviço, ou seja, estão tem que ser cadastrada no Ministério da Fazenda, matriculada no INSS e inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. “O funcionamento pode ser de acordo com as posturas municipais, ou da forma que o proprietário estabelecer desde que não haja prejuízo para os seus clientes (alunos).“ (BRASIL, 1990). Não menos importante, a Lei nº. 9.696, de 1998. “Que regulamenta o exercício da profissão de professor de educação física, e a obrigação de se ter profissional formado atuando no estabelecimento.” (BRASIL, 1998).
O Conselho Federal de Educação Física exige que as academias e seus instrutores sejam obrigados a ter registro nos conselhos regionais da entidade (CREF). A lei estabelece a posse do documento de identificação emitido pelo órgão responsável, nesse caso CREF (Conselho Regional de Educação Física). Entre tantas academias nos interessam, especialmente, as academias que ofereçam artes marciais, academias de artes marciais são escolas onde se ensina a lutar, apesar de não se enquadrarem em nenhuma das legislações de ensino ou desportivas não quer dizer que não tenha algum tipo de controle especifico da área de lutas. Há regras nacionais e internacionais estabelecidas para cada um dos tipos de lutas, há federações e confederações que utilizam sistemas de graduação para seus alunos. Infelizmente não vemos um padrão de ensino, facilmente vemos atos de violência, vindas de praticantes de artes marciais, é de total responsabilidade da academia e principalmente dos instrutores pela formação desses alunos.
“Os serviços colocados no mercado não podem acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, devendo os fornecedores, em qualquer hipótese, dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito” (BRASIL 1990).
Pois a pratica de artes marciais facilmente pode levar seus praticantes sentirem-se auto confiantes, uma auto confiança que nas mãos de um aluno que não tenha sido feito um trabalho de base, de conscientização, mostrando o verdadeiro significado das lutas deve ser usada como uma arma de defesa pessoal, de autocontrole.
“Entre todos os fatores que contribuem para aumentar a violência, a massificação das lutas marciais no Brasil tornou-se um dado preocupante. As artes marciais deveriam chegar aqui como uma filosofia oriental. Foram reduzidas a uma técnica utilitária. (...) Na zona oeste do Rio existem cinco academias de artes marciais legalizadas. Mas há cerca de 300 clandestinas. Funcionam em fundo de quintal, com um simples tatame e um quimono para o instrutor. O que era uma filosofia de vida vai se transformando, nessa longa e selvagem cadeia de transmissão, numa arma perigosa, com formas orientais e o recheio competitivo do Ocidente” (GABEIRA, 1999).

Benefícios com a prática do Kung Fu

Falar dos benefícios da saúde que o Kung fu proporciona para os seus praticantes devemos saber o que é saúde?

            Saúde não é só a ausência de doenças, mas a falta de atividade física também ocasiona má saúde. Podemos observar que quem não se exercita tem uma grande possibilidade de ter um problema de pressão alta e outros malefícios. “A ausência de saúde e a morte, representada no lado direito. Para a maioria das pessoas, antes da morte vem a doença, a qual é precedida por um período sustentado de comportamentos de alto risco.” (Guiselini,  2006 pg. 156).

A saúde é um bem-estar que ajuda no equilíbrio do organismo, sendo assim, os órgãos trabalham saudavelmente com  manutenção diária de exercício físico, buscando em cada 30 min de seu dia para fazer essa manutenção, com os exercícios adquirem-se uma aptidão física de condicionamento dos órgãos ( coração, pulmão, rins e os outros.E a onde podemos melhorar a aptidão física, e primeiro encontrar em nós, uma atividade que proporciona prazer, lazer e o gostar. Os benefícios resultantes da prática do Kung Fu são voltados ao crescimento pessoal e mental do praticante.

“Existem pelo menos seis teorias diferentes que incluem um sentimento de controle e confiança maiores, interação social, interrupção do estresse regular da vida alterações químicas e estruturais do cérebro... Dependendo do individuo, todos esses fatores em graus variáveis podem contribuir para melhorar a saúde mental das pessoas.” NIEMAM, (1999, pg. 259).

Em suma, pode-se dizer que o Kung Fu é ótimo para o bem do corpo e equilíbrio da mente, já que em paralelo às práticas das técnicas, o aluno é incentivado a conhecer a cultura filosófica que suporta esta arte marcial milenar  e percussora das demais. “Lutas funcionam como uma atividade anti-estresse, uma verdadeira terapia ocupacional.” (MINICK, 1975, pg. 96)
 As artes marciais traduzem o melhoramento a atenção e o senso de percepção, auxilia a ampliar o senso de espaço e direção, melhora o equilíbrio,  ajuda no fortalecimento do corpo, na coordenação motora, proporciona o auto-conhecimento, ajuda nos dificuldades demonstrando que nada é impossível, estimula a autoconfiança, auxilia no melhoramento do equilíbrio emocional e não incentiva a violência.

Inúmeros são os relatos de pessoas que após iniciarem sua prática no Kung Fu sentiram-se melhor, com mais energia e disposição. “Os maiores benefícios para a saúde a partir de um aumento de atividade parecem ocorrer quando as pessoas muito sedentárias iniciam um programa de atividade de resistência de intensidade moderada.” (WEINECK, 2003). Depois de algum tempo praticando algum tipo de modalidade descobrem que tiveram suas taxas de colesterol ou triglicérides reduzidas. “A pratica de atividade física frequentemente e intensa demonstrou diminuir os níveis de triglicerídeos e o aumento dos níveis de HDL-colesterol (bom).” NIEMAM, (1999, pg. 187). Os seus praticantes não sentem mais preguiça para fazer o que é necessário e nem cansam mais tão facilmente para subir um pequeno lance de escada. “A falta de atividade destrói a boa condição do ser humano, enquanto o movimento e o exercício físico metódico o salva e o preserva.” (NIEMAM, 1999, pg.21).
            E estamos falando aqui de alguns poucos benefícios que a prática dessa arte marcial pode trazer à saúde de seus praticantes. Isso ocorre porque o Kung Fu como arte marcial tradicional chinesa preza principalmente pela qualidade de vida do aluno. É claro que faz parte do treinamento o desenvolvimento de técnicas de defesa pessoal, chutes, alongamento e desenvolvimento da energia vital. E entre os benefícios sentidos no dia a dia está o aumento do bem estar geral, do tônus muscular e da tranqüilidade mental do indivíduo. “quase todos os estudos e comparações por amostragem de pessoa fisicamente ativas e inativas demonstram que o que o exercício físico esta relacionado com uma boa saúde mental.” NIEMAM (1999, pg. 250).


A prática constante do Kung Fu numa escola bem estruturada pode ser feita por qualquer pessoa, não importando o sexo, a idade ou o nível de condicionamento físico do aluno iniciante. As aulas podem ser adaptadas para qualquer um praticar Kung Fu, só depende da boa vontade e experiência do professor.



APRESENTAÇÃO E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS
Através dos questionários aplicados, chegou-se aos seguintes resultados da guia investigativa:
Dos 40 praticantes questionados, 20 (vinte) (50%) afirmaram praticar o Kung-Fu entre 1 e 2 anos. 12 (doze) (30%) afirmaram praticar o Kung-Fu entre 3 e 5 anos. Já 8 (oito)  (20%) afirmaram praticar o Kung-Fu mais de 10 anos. 40 (quarenta) (100%) afirmaram ter freqüentemente o Kung-fu como uma atividade que gostam de fazer regularmente, e que lhes proporcionam prazer, sem se sentir obrigado (a) a fazê-la. Afirmaram também que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente melhoras na sua saúde de forma global(corpo,mente, psicológico). 32 (trinta e dois) participantes  (80%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente mais energia e disposição para atividades do cotidiano. 8 (oito) (20%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem algumas vezes com mais energia e disposição para atividades do cotidiano. 36 (trinta e seis) (90%) afirmaram sentir-se algumas vezes. nervosos (as), tensos (as) ou agitados (as). 4 (quatro) (10%) afirmaram sentir-se raramente ou nunca nervosos (as), tensos (as) ou agitados (as). 38 (trinta e oito) (95%) afirmaram ter raramente ou nunca dificuldades em se concentrar em qualquer atividade do cotidiano. 2 (dois) (5%) afirmaram ter algumas vezes dificuldades em se concentrar em qualquer atividade do cotidiano. 30 (trinta) (75%) afirmaram sentir-se stressados (as) raramente ou nunca. 8 (oito) (20%) afirmaram sentir-se stressados algumas vezes. 2 (dois) (5%) afirmaram sentir-se stressados (as) freqüentemente. 36 (90%) afirmaram raramente ou nunca encontrar dificuldade de pensar com clareza. E 4 (quatro) (10%) afirmaram que algumas vezes sentem dificuldade de pensar com clareza. 28 (vinte e oito) (70%) relataram ter raramente ou nunca dificuldades para tomar decisões. 12 (doze) (30%) relataram ter algumas vezes dificuldades para tomar decisões. 36 (trinta e seis) (90%) relataram raramente ou nunca se cansam com facilidade. E 4 (10%) relataram que algumas vezes se cansam com facilidade. 40 (quarenta) (100%) afirmaram praticar com o Kung-Fu com objetivos relacionados a todos esses itens (Sáude, defesa pessoal e lazer, opção D do questionário).
Ao analisar os dados podemos perceber através da percepção dos praticantes, que o Kung-Fu contribui para saúde dos mesmos de diversas formas: proporcionado-lhes prazer em se dedicar a sua prática visto que  40 (100%) afirmaram ter freqüentemente o Kung-fu como uma atividade que gostam de fazer regularmente, e que lhes proporcionam prazer, sem se sentir obrigado (a) a fazê-la. Afirmaram também que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente melhoras na sua saúde de forma global(corpo,mente, psicológico). Afirmaram que o Kung-Fu lhes proporciona mais energia e disposição para atividades do cotidiano, pois 32 (trinta e dois) participantes (80%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem freqüentemente mais energia e disposição para atividades do cotidiano. E 8 (oito) (20%) afirmaram que depois da pratica do Kung-Fu sentem algumas vezes mais energia e disposição para atividades do cotidiano. 36 (trinta e seis) (90%) relataram raramente ou nunca se cansam com facilidade.  4 (quatro) (10%) relataram que algumas vezes se cansam com facilidade. Ao comparar as respostas dos alunos com a literatura observamos que Niemam (1992, pg. 21) coloca que “a falta de atividade destrói a boa condição do ser humano, enquanto o movimento e o exercício físico metódico o salva e o preserva”.
No que diz respeito a sentir-se stressados, perceberam a atuação anti-estresse, da prática do Kung-Fu, pois 30 (trinta) (75%) afirmaram sentir-se stressados (as) raramente ou nunca E 8 (oito) (20%) afirmaram sentir-se stressados algumas vezes. 2 (dois) (5%) afirmaram sentir-se stressados (as) freqüentemente. Ao comparar as respostas dos alunos com a literatura observamos que Minick, (1975, pg. 96) afirma que as “Lutas funcionam como uma atividade anti-stresse, ou seja, uma verdadeira terapia ocupacional.”
 Enquanto a encontrar dificuldade de pensar com clareza perceberam a contribuição da prática do Kung-Fu também nesse ponto, onde 36 (trinta e seis) (90%) afirmaram raramente ou nunca encontrar dificuldade de pensar com clareza. E 4 (quatro) (10%) afirmaram que algumas vezes sentem dificuldade de pensar com clareza. No que diz respeito a ter dificuldades para tomar decisões 28 (vinte e oito) (70%) relataram ter raramente ou nunca dificuldades para tomar decisões. E 12 (doze) (30%) (trinta) relataram ter algumas vezes dificuldades para tomar decisões. Ao comparar as respostas dos alunos com a literatura observamos que Niemam (1999 pg. 25) coloca que “quase todos os estudos e comparações por amostragem de pessoa fisicamente ativas e inativas demonstram que o exercício físico esta relacionado com uma boa saúde mental.” NIEMAM (1999, pg. 250).

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A princípio as Artes Marciais se desenvolveram, historicamente, com o objetivo de proteção de si e de outros, e do próprio país, porém tiveram que acompanhar as mudanças da sociedade, consequentemente transformando-se em estradas/filosofias de vida onde a saúde em seu mais completo sentido sempre esteve presente, visto que a própria medicina chinesa e os ensinamentos de Yoga eram transmitidos pelos mestres de Kung-Fu.
Vislumbra-se que a prática do Kung-Fu contribui para saúde de seus praticantes devido a sua filosofia, ensinamentos e princípios serem aplicáveis no cotidiano. Sendo assim podemos concluir que o Kung-Fu pode contribuir para saúde de seus praticantes na medida em que os mesmos percebem que a prática proporciona uma melhora substancial nos seguintes fatores: ética, disciplina, técnica, filosofia, prática, meditação e consequentemente benefícios a saúde, e associam e aplicam esses conhecimentos no seu cotidiano.
Espera-se que este estudo venha servir, de inspiração a novas pesquisas, pois há pouquíssimo conteúdo, relacionado à prática do Kung-Fu e às práticas marciais, e suas respectivas contribuições para saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ACEVEDO. William, GUTIÉRREZ. Carlos, CHEUNG. Mei. Breve História do Kung-Fu BREVE, Editora: Madras, 2011.
ANDRAUS, Mariana Baruco Machado. KungFu/Wushu: Luta e Arte. Editora Annablume, 2010.
BRASIL, M. E. D., PCNs: educação física, Secretaria do Ensino Fundamental: Brasília, 1999.
BRASIL, Regulamentação da Profissão de Educação Física, Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Brasília 1998.

BRASIL, Código de Defesa do Consumidor - Brasília 1990.

FERREIRA, Aurélio Buarque. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5° Edição. Editora: Positivo  1999.

GABEIRA, Fernando. Beijar a tua boca e depois morrer. Jornal Folha de São Paulo, São Paulo, fevereiro 1999

Guiselini,  Mauro Antonio. APTIDÃO FÍSICA, SAÚDE, BEM-ESTAR: fundamentos teóricos e exercícios práticos, 2º Edição. Editora: Phorte, 2006.

GAMA, Raimundo João, Michi.O caminho do Guerreiro. Rio de Janeiro: Editora Esteio, 1997
WEINECK, Jurgen. Treinamento Ideal. 9° Edição. São Paulo. Editora: Manole, 2003.

LEDWAB, Cláudio. STANDEFER, Roxane. Caminho de Paz: um Guia das Tradições das Artes Marciais para Jovens. Editora: Cultrix, 2004, 1º Edição.

MACHADO, Vitor B. Introdução sobre a nossa compreensão Tradicional do Gong Fu. Campinas 2002

MINICK, M. A Sabedoria do Kung Fu. Rio de Janeiro: Editora Arte Nova, 1975.
NATALI, Marcos. O Espírito Marcial. São Paulo. Editora Tecnoprint, 1991.
 NIEMAM, David C. Exercício e saúde. 1º Edição. São Paulo. Editora: Manole, 1999.
Oliveira, Vitor O que é Educação Física 1º Edição. São Paulo. Editora: Manole, 1994.
PARULSKI, Jr. George R. Os Segredos do Kung Fu. Tradução de Rosane Maria Pinho. Rio de Janeiro: Editora: Record, 1996.
TORRES, Jose Augusto Maciel, KUNG-FU: A Milenar arte marcial Chinesa. Editora: On Line. 2001


















ANEXOS













ANEXO I

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E VOZ
Eu _____________________________________, portador da Carteira de Identidade n° _______________________ e do CPF n ° _______________________, autorizo o uso de minha imagem, voz e conteúdo de entrevista pelos alunos(as) ________________________________________________e _________________________________________________ regularmente matriculados(as) no Curso de Educação Física da UNIABEU para o Trabalho de Conclusão de Curso, disciplina ministrada pela Profa. Dra. Leda Costa no segundo bimestre do ano letivo de 2011, com o intuito de contribuir para a discussão de temas relevantes para a formação do profissional de Educação Física, no âmbito exclusivo da sala de aula.
Por esta ser a expressão de minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito a título gratuito sem que nada haja a ser reclamado e assino a presente autorização.
__________________________________________
Nome do cedente por extenso

__________________________________________
Assinatura do cedente

_________________, ____ de __________ de 2011.



ANEXO II
                                           
QUESTIONÁRIO APLICADO EM PRATICANTES DE KUNG-FU
Nome:                                                                                    Idade:
1 - Há quanto tempo pratica Kung-Fu?
a)     Entre 1 e 2 anos
b)     Entre 3 e 5 anos
c)     Entre 8 e 10 anos
d)     A mais de 10 anos

2- Tem o Kung-fu como  uma atividade que gosta de fazer regularmente, e que lhe proporciona prazer, sem  se sentir obrigado (a) a fazê-la?

a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
3 - Depois da pratica do Kung-fu sente melhoras na sua saúde de forma global (corpo,mente, psicológico)?
      a)   Freqüentemente
b)   Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
4 - Sente mais energia e disposição para atividades do cotidiano?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
5 - Sente-se nervoso (a), tenso (a) ou agitado (a)?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
6 - Tem dificuldade em se concentrar em qualquer atividade do cotidiano?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
7 - Sente-se stressado (a)  ?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
8 - Tem dificuldade de pensar com clareza?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
9 - Encontra dificuldade para realizar com satisfação suas atividades diárias?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
10 - Tem dificuldade para tomar decisões?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca
11 - Você se cansa com facilidade?
a)    Freqüentemente
b)     Algumas Vezes.
c)     Raramente ou Nunca

12 - Pratica com o Kung-Fu com objetivos relacionados?
a)    A saúde
b)    A defesa pessoal
c)     Ao lazer
d)    Todos esses

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